Guia Completo de RCP (Ressuscitação Cardiopulmonar)

Tempo de leitura: 28 minutos

Antes de ler esse Blog post, saiba que as orientações do texto são focadas para qualquer pessoa que não é profissional da saúde, mas que tem vontade de saber mais detalhes sobre a RCP, aqui está descrito, de forma resumida e menos detalhada, mas assertivas, de um atendimento a uma vítima de parada cardiorrespiratória.

O que é uma Parada cardiorrespiratória?

A Parada cardiorrespiratória é caracterizada pela cessação das funções cardíaca e Pulmonar.

Como devo agir em uma situação de parada cardiorrespiratória em um adulto?

Quando nos deparamos em uma situação de uma suposta Parada cardiorrespiratória cada segundo é importa, por isso é essencial agir imediatamente iniciando a RCP e buscar ajuda médica emergencial.

Ao chegar em uma cena onde aparentemente uma vítima está inconsciente, é importante checar que realmente a vítima se encontra em parada cardíaca.

1º Passo: Reconhecer e Chamar Ajuda

Antes de tudo verifique a segurança em torno do local, temos que ter sempre em mente que todo socorrista deve priorizar, acima de tudo, a sua própria segurança.

Chame e estimule a vítima, perguntando se ela consegue te escutar. Caso não haja resposta, verifique se a vítima está respirando e se *tem pulso carotídeo. Para isso, observe se há expansão torácica (elevação do tórax) para verificar se a vítima está ventilando espontaneamente e ao mesmo tempo nos verifique se a vítima apresenta Pulso carotídeo por 5-10 segundos.

Ver Ouvir e Sentir

Identificando que o paciente NÃO responde, NÃO respira e NÃO tem pulso, é hora de pedir ajuda, ligando para o serviço de emergência (192), e inicie IMEDIATAMENTE as Compressões torácicas.

“De preferência peça para outra pessoa ligar enquanto você presta os primeiros socorros à vítima e Peça a pessoa Buscar um DEA (Desfibrilador Externo Automático)“. Saiba mais detalhes sobre o  DEA.

*Obs: A ação de checar o Pulso, se você não saber como checar, a recomendação prioritária é: Se não houver resposta e se a vítima não respira, inicie as compressões torácicas imediatamente.

2º Passo: RCP de Alta Qualidade

Para garantir as compressões de qualidade, a vítima deve estar em uma superfície plana, para que as compressões sejam mais eficazes

Posicione uma mão sobre a outra, entrecruzando os dedos e posicione as suas mãos no centro do tórax, mais precisamente, na metade inferior do osso externo, aproximadamente dois dedos acima do apêndice xifoide

RCP

Os cotovelos devem estar estendidos e os ombros acima da vítima, formando um ângulo de 90 graus com os braços.

Ressuscitação Cardiopulmonar

Os fatores que determinam uma RCP de alta qualidade são:

  • Frequência de compressão torácica de 100 a 120 por minuto
  • Compressão torácica de no mínimo cinco centímetros do tórax no
  • Permitir o retorno total do tórax após cada compressão
  • As compressões devem ser feitas sem interrupções em ciclos de 2 minutos, ou seja, reveze as compressões com outra pessoa a cada dois minutos minimizando as interrupções nas compressões torácicas (as interrupções não podem passar dez segundos)

“As Compressões torácicas cansam muito, por isso é muito importante que haja Revezamento das compressões”.

O atendimento básico completo contempla a técnica de boca-a-boca. Mas fica ao seu critério escolher se você deseja fazer ou não, as compressões torácicas devem ser priorizadas.

Se caso optar em fazer a respiração Boca a Boca, se faz da seguinte maneira:

incline a Cabeça para Trás e tampe as narinas.

Abertura das vias aéreas

Deve ser executado 30 compressões torácicas e 2 Ventilações por 5 ciclos, aproximadamente dois minutos.

RCP
30 Compressões
Ventilação
2 Ventilações

Ao passar os dois minutos, faça o revezamento, verifique se o paciente voltou a respirar

Caso não houver movimentos respiratórios espontâneos repita o processo da RCP.

3º Passo: Desfibrilação 

Quando o desfibrilador externo automático (DEA) estiver disponível na cena, o socorrista deve ligá-lo imediatamente e posicionando os eletrodos no tórax da vítima.

DEA

Em seguida, o DEA fará a análise do Ritmo cardíaco, verificando se há indicação de choque.

Se for indicado o Choque, afaste-se da vítima, verifique se não tem ninguém encostado na vítima, após isso, o DEA pedirá para que você aperte o botão de acionamento do choque siga a as instruções do aparelho, se não houver melhora, reinicie as compressões.

“O DEA pode ser encontrado em locais públicos com grande fluxo de pessoas diariamente, como shopping centers, aeroportos, rodoviárias ou supermercados e estádios esportivos.”

Em caso se de não houver um DEA, continue fazendo as compressões torácicas até que o Socorro profissional chegue ao local

4º Passo: Suporte Profissional

Atendimento profissional no local e transporte para uma Unidade de saúde referência mais próxima.

Como devo agir em uma situação de parada cardiorrespiratória em uma Criança e Lactente ?

Quando nos encontramos em uma situação de uma provável, parada cardiorrespiratória cada segundo é importa, por isso é essencial agir imediatamente e buscar ajuda médica emergencial.

A parada cardíaca em bebês e crianças são menos comuns, mas podem acontecer, tendo a causa mais comum por origem respiratória, como engasgo e afogamento.

O Passo a passo de como se deve agir, é basicamente os mesmos da RCP em adultos, mas com algumas diferenças.

1º Passo: Reconhecer e Chamar Ajuda

lactente em parada cardiorrespiratória

  • Chame e estimule, o bebê tem maior sensibilidade nas plantas dos pés portanto verifique se ele responde cutucando, coçando a planta dos pés.
  • Caso não haja resposta, verifique se a vítima está respirando e se possui pulso Braquial.
  • Observe a elevação/expansão torácica para verificar se a vítima está respirando espontâneamente.
  • Verifique o pulso Braquial por 5-10 segundos.
Fonte: Istock

Obs: A ação de checar o Pulso, se você não saber como checar, a recomendação prioritária é: Se não houver resposta e se a vítima não respira, inicie as compressões torácicas imediatamente. Essa ação precisa de treinamento e ser executada por profissional da saúde treinado, para não acontecer erro.

  • Se a vítima NÃO responde, NÃO respira e NÃO tem pulso, é hora de pedir ajuda imediatamente.
  • Ligue para o serviço de emergência (192) e, se possível, peça para outra pessoa fazer essa ligação enquanto você presta os primeiros socorros.
  • Solicite à pessoa que procure um DEA (Desfibrilador Externo Automático).

2º Passo: RCP de Alta Qualidade

Localize os mamilos da criança na linha dos mamilos existe um osso bem no centro chamado de externo, com seus dedos (indicador e dedo médio, pressione o esterno dessa forma.

RCP em Criança
  • Faça a compressão torácica com a Frequência de 100 a 120 por minuto
  • Compressão torácica  de 4 centímetros de profundidade do tórax
  • Permita o retorno total do tórax após cada compressão
  • Repita o ciclo de 30 compressões torácicas seguidas de 2 ventilações por 5 ciclos aproximadamente dois minutos.

Ventilação

Para fazer a ventilação, a cabeça do bebe deve estar em posição neutra, e como o bebê é muito pequeno você deve envolver o nariz e a boca com a sua boca e sopre duas vezes em sequência de um segundo cada uma.

Boca-a-Boca

Você deverá perceber a elevação do tórax da criança, isso significa que a sua ventilação foi efetiva.

RCP em criança

A RCP deve ser realizado da mesma forma, mas com alguns detalhes diferentes.

A RCP deve ser feita com apenas uma mão conforme a foto abaixo. Se caso sentir a que a profundidade das compressões não foi adequada pode usar as duas mãos, mas com muito cuidado para não aplicar força ou peso excessivo.

RCP em Criança
RCP Infantil. Fonte: Canva Pro.

Devem ser feitas também 30 compressões por 2 ventilações, como a criança é maior comprima as narinas e assopre a boca como na foto abaixo. Continue a fazer os ciclos de 30 compressões por 2 ventilações.

As compressões devem ser feitas sem interrupções em ciclos de 2 minutos, ou seja, reveze as compressões com outra pessoa a cada dois minutos minimizando as interrupções nas compressões torácicas (as interrupções não podem passar dez segundos)

3º Passo: Desfibrilação

Quando houver disponibilidade de um Desfibrilador Externo Automático (DEA) no local, o socorrista deve ligá-lo imediatamente e posicionar os eletrodos na região anterior e posterior do tórax.

Posição das Pás de choque.
DEA

É muito importante que se use as pás de choque infantil.

Em seguida, o DEA realizará a análise do ritmo cardíaco, verificando se há indicação de choque.

Caso o choque seja indicado, certifique-se de que ninguém esteja tocando na vítima e afaste-se. Siga as instruções do DEA para acionar o choque pressionando o botão indicado. Após o choque, se não houver melhora, retome as compressões torácicas.

Os DEAs podem ser encontrados em locais públicos com grande circulação de pessoas, como shoppings, aeroportos, rodoviárias, supermercados e estádios esportivos.

No caso de não haver um DEA disponível, continue realizando as compressões torácicas até que a equipe de socorro profissional chegue ao local.

Como Usar um Ambu?

O que é o Ambu?

 O Ambu é um dispositivo utilizado para ventilar pacientes que não estão respirando adequadamente. Também conhecido como respirador manual, ventilador manual ou bolsa válvula máscara, seu nome deriva do inglês “artificial manual breathing unit” (unidade de ventilação artificial manual).

Ambu. Fonte: Canva Pro

Componentes do Ambu

O Ambu é composto por uma máscara facial, que é conectada a uma válvula unidirecional. Essa válvula, permite a passagem de ar somente em uma direção, evitando o retorno do ar. Além disso, o dispositivo conta com uma válvula de pressão, semelhante à válvula de escape.

O Ambu também possui uma conexão para a fonte de oxigênio. Essa conexão serve para fornecer uma concentração adequada de oxigênio ao paciente durante a ventilação. Geralmente, é utilizada uma mangueira de látex para conectar o Ambu à fonte de oxigênio.

Quando há disponibilidade de uma fonte de oxigênio, a mangueira de látex é conectada ao Ambu pela conexão localizada na parte traseira do dispositivo. Nesse caso, é importante ajustar o fluxo de oxigênio na fonte para que seja ofertado ao paciente em torno de 100% de oxigênio. Geralmente, recomenda-se um fluxo entre 12 a 15 litros por minuto para obter essa concentração.

Caso não haja uma fonte de oxigênio medicinal disponível, é possível utilizar o Ambu com ar ambiente, que contém cerca de 21% de oxigênio.

Alguns modelos de Ambu possuem uma bolsa reservatória, que pode ser conectada ao dispositivo por meio da conexão menor localizada na parte traseira. Essa bolsa reservatória tem a função de armazenar e liberar o oxigênio.

Utilização do Ambu:

Para utilizar o Ambu, é necessário acoplar a máscara facial no rosto do paciente, formando uma vedação adequada. A parte triangular da máscara deve ser posicionada sobre o nariz, enquanto a parte arredondada se encaixa no queixo.

É importante notar que a abertura adequada da via aérea do paciente é fundamental para o sucesso da ventilação. Para isso, usamos a técnica do “chin lift”, nos inclinamos a cabeça para cima e com os dedos se segura a mandíbula.

Posicionamento do Ambu. Fonte: Canva Pro

Variações de tamanho do Ambu: O Ambu está disponível em diferentes tamanhos para atender pacientes de diferentes faixas etárias. Existem modelos específicos para pacientes adultos, pediátricos e neonatais.

Durante a ventilação com o Ambu, é essencial observar se o tórax do paciente está se expandindo corretamente. Essa expansão indica que a ventilação está sendo realizada de maneira adequada. Caso o tórax não esteja se expandindo, é necessário verificar a vedação da máscara, a abertura da via aérea e realizar os ajustes necessários. A atenção contínua ao paciente e ao processo de ventilação é crucial para garantir o sucesso do procedimento.

Causas de Parada Cardiorrespiratória: Conhecendo as 5Hs e 5Ts

A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é uma emergência médica que requer ação imediata para maximizar as chances de sobrevivência do paciente. Compreender as causas da PCR é essencial para direcionar o tratamento adequado. Um sistema comumente utilizado para identificar as possíveis causas da PCR é o sistema das 5Hs e 5Ts.

5Hs

1- Hipovolemia

A hipovolemia, é caracterizada pela diminuição do volume sanguíneo circulante, é uma condição que pode ter consequências graves, incluindo a parada cardíaca. O volume sanguíneo é essencial para o funcionamento adequado do sistema cardiovascular e a manutenção da pressão arterial.

A hipovolemia pode ocorrer por diversas causas, como hemorragias graves, desidratação severa, queimaduras extensas

Quando o volume sanguíneo diminui significativamente, ocorre uma redução do retorno venoso ao coração, levando a uma diminuição do débito cardíaco.

Essa diminuição do débito cardíaco pode levar a uma série de alterações fisiológicas, incluindo uma diminuição da perfusão sanguínea para órgãos vitais, como o cérebro, o coração e os rins. Consequentemente, o suprimento insuficiente de oxigênio e nutrientes para esses órgãos pode resultar em disfunção e falência deles.

Fonte. Canva Pro

2- Hipóxia

A hipóxia é a diminuição da oferta de oxigênio para os tecidos, é uma das principais causas de parada cardíaca

A hipóxia pode ser causada por uma variedade de condições, como obstrução das vias aéreas, dificuldade respiratória grave, insuficiência cardíaca, embolia pulmonar ou choque. Quando os tecidos não recebem oxigênio suficiente, eles começam a funcionar de maneira inadequada, levando a um declínio progressivo da função dos órgãos vitais e morte celular.

Fonte. Canva Pro

3- Hidrogênio (acidose)

A acidose é um desequilíbrio do pH sanguíneo, no qual o nível de acidez no corpo aumenta. Esse estado ácido pode ter várias causas, como distúrbios metabólicos, doenças respiratórias, insuficiência renal, diabetes descontrolado ou choque. A acidose grave, se não tratada, pode levar a complicações sérias, incluindo a parada cardíaca.

A acidose afeta o funcionamento adequado do corpo de várias maneiras. Em relação ao sistema cardiovascular, a acidose pode interferir com a atividade elétrica do coração, afetando a contratilidade cardíaca e a condução dos impulsos elétricos. Isso pode levar a arritmias cardíacas, como a fibrilação ventricular.

Além disso, a acidose interfere na capacidade do corpo de transportar oxigênio para os tecidos, incluindo o músculo cardíaco. Isso pode levar à diminuição do fornecimento de oxigênio ao coração, resultando em isquemia e danos celulares. À medida que o dano aumenta, o risco de parada cardíaca aumenta significativamente.

Fonte. Canva Pro

4- Hipotermia

A hipotermia é uma condição em que a temperatura corporal cai abaixo do normal, geralmente abaixo de 35°C. Essa diminuição da temperatura pode levar a uma série de complicações, incluindo a parada cardíaca. A hipotermia afeta negativamente o funcionamento do sistema cardiovascular e pode levar a alterações graves nos batimentos cardíacos e no ritmo cardíaco.

Quando o corpo está exposto a temperaturas frias, ele começa a perder calor mais rapidamente do que é capaz de gerá-lo, resultando na hipotermia. A queda da temperatura corporal afeta diretamente o coração e seus mecanismos de controle, levando a uma série de mudanças fisiológicas.

Aqui no Brasil é comum ter casos de hipotermia em pessoas em situação de rua no inverno. Pela exposição prolongada ao frio, estão mais propensos a desenvolver hipotermia, uma vez que não possuem acesso a abrigo e aquecimento adequados.

Durante a hipotermia, o coração pode desenvolver ritmos anormais, como bradicardia (batimentos cardíacos lentos) ou até mesmo fibrilação ventricular (uma arritmia grave). Além disso, a hipotermia pode levar a uma diminuição do débito cardíaco, o que significa que o coração bombeia menos sangue para o corpo. Essa redução no fornecimento de sangue e oxigênio aos tecidos pode resultar em isquemia e disfunção de órgãos vitais, incluindo o coração.

Fonte. Canva Pro

5- Hipo/hipercaliemia

A hipo e a hipercaliemia são desequilíbrios nos níveis de potássio no organismo que podem ter como consequência uma parada cardíaca. O potássio desempenha um papel importante na função elétrica do coração, sendo necessário para a transmissão adequada dos impulsos elétricos que regulam os batimentos cardíacos.

A hipo e a hipercaliemia ocorrem quando os níveis de potássio no sangue estão abaixo ou acima dos valores normais, respectivamente. Na hipo/hipercaliemia, os níveis anormais de potássio afetam a polarização e a despolarização das células cardíacas, levando a distúrbios do ritmo cardíaco e potencialmente à parada cardíaca.

Na hipercalemia, quando os níveis de potássio estão muito altos, o coração pode apresentar ritmos anormais, como a fibrilação ventricular, que é uma arritmia grave e potencialmente fatal. O excesso de potássio interfere na atividade elétrica do músculo cardíaco, levando a uma desorganização do ritmo e à incapacidade de bombear eficientemente.

Por outro lado, na hipocalemia, quando os níveis de potássio estão muito baixos, ocorrem alterações nos potenciais elétricos das células cardíacas. Isso pode levar a ritmos cardíacos anormais, como taquicardia ventricular ou bradicardia, que também podem levar à parada cardíaca.

As causas da hipo/hipercaliemia podem variar. Na hipercalemia, pode ocorrer devido a doenças renais, insuficiência adrenal, uso excessivo de suplementos de potássio ou certos medicamentos. Já a hipocalemia pode ser causada por desequilíbrios hormonais, uso de diuréticos, diarreia intensa, vômitos prolongados ou dietas pobres em potássio.

O tratamento da hipo/hipercaliemia visa normalizar os níveis de potássio no sangue e, assim, prevenir complicações cardíacas. Isso pode incluir a administração de medicamentos específicos, modificações na dieta ou outros tratamentos direcionados à causa subjacente.

Fonte. Canva Pro

As 5Ts

1- Tamponamento Cardíaco

O tamponamento cardíaco ocorre quando há acúmulo de líquido (como sangue ou fluido pericárdico) na cavidade pericárdica, comprimindo o coração e interferindo em sua função. Suas Causas incluem: hemorragia intrapericárdica, pericardite e trauma torácico.

A esquerda Pericardio Normal e a direita mostra o Pericárdio com acúmulo de líquido ocasionando o tamponamento Cardíaco sobrecarregando a função cardíaca.

2- TEP (Tromboembolismo pulmonar)

Refere-se à obstrução dos vasos sanguíneos nos pulmões por um coágulo de sangue, interrompendo o fluxo sanguíneo. Causado por tromboembolismo pulmonar, embolia pulmonar e hipertensão pulmonar.

Ilustração mostrando o desprendimento de um êmbolo, causando uma TEP.

3- Trombose coronária

Refere-se ao bloqueio dos vasos sanguíneos que fornecem sangue ao coração, impedindo a oxigenação adequada. Causado por trombose coronária aguda, síndrome coronária aguda e infarto do miocárdio.

4- Tensão no tórax

A tensão no Tórax causada por pneumotórax hipertensivo é uma condição médica em que ocorre a acumulação excessiva de ar entre o pulmão e a pleura. Isso impede que o pulmão se expanda corretamente, resultando em pressão e tensão no tórax e sobrecarga cardíaca. É uma emergência médica que requer descompressão imediata. Um procedimento médico é realizado para remover o ar em excesso e aliviar a pressão sobre o pulmão.

5- Toxinas

As toxinas podem ser uma causa significativa de parada cardíaca. As substâncias tóxicas, presentes em venenos de animais, produtos químicos industriais, drogas, medicamentos em excesso ou até mesmo em alimentos contaminados, podem ter efeitos diretos no sistema cardiovascular.

Existem várias maneiras pelas quais as toxinas podem afetar o coração e o sistema circulatório. Algumas toxinas têm a capacidade de interromper a condução elétrica do coração, causando arritmias cardíacas potencialmente fatais, como a fibrilação ventricular. Outras toxinas podem causar danos diretos às células cardíacas, levando à disfunção do músculo cardíaco e ao colapso do sistema de bombeamento.

Por exemplo, certas toxinas encontradas em venenos de animais, como picadas de cobra venenosa, podem desencadear uma resposta inflamatória no organismo que afeta o sistema cardiovascular. A ativação do sistema imunológico em resposta à toxina pode causar uma reação em cadeia que leva à liberação de substâncias inflamatórias, comprometendo a função cardíaca e potencialmente levando à parada cardíaca.

Além disso, algumas toxinas podem interferir com a ação dos neurotransmissores ou bloquear os canais iônicos no coração, afetando a condução elétrica e a contratilidade cardíaca. Esses efeitos podem resultar em arritmias graves e falha cardíaca.

Fonte. Canva Pro

Desfibrilador Externo Automático

O Desfibrilador Externo automático (DEA) é um dispositivo eletrônico portátil que é capaz de avaliar através do sinal de Eletrocardiografia (ECG) o ritmo cardíaco de uma pessoa em caso de parada cardíaca e, se necessário, emitir um choque elétrico para restabelecer o ritmo normal dos batimentos cardíacos.

DEA Cmos Drake Life 400 Futura

Como funciona um DEA?

O ritmo cardíaco refere-se à sequência regular de contrações do coração, que ocorrem de forma sincronizada para bombear o sangue pelo corpo. Essas contrações rítmicas do miocárdio são realizadas por impulsos elétricos. Quando esse ritmo é alterado, pode levar a condições como as arritmias cardíacas, que podem ser perigosas e afetar a capacidade do coração de bombear sangue de forma eficaz.

O DEA é projetado para ser fácil de usar e tem um sistema de voz que orienta o usuário durante todo o processo. Quando o DEA é ativado, ele faz a análise do ritmo cardíaco e determina se o choque elétrico é necessário. Se caso necessário, o DEA carrega uma carga elétrica e emite um choque para o coração com a intensão de restabelecer o ritmo cardíaco.

Por que é importante ter um DEA em locais públicos?

A parada cardíaca é uma das principais causas de morte em todo o mundo, sendo uma grande parte das ocorrências acontecem subitamente e fora do ambiente hospitalar. Ter um DEA em locais públicos com grande fluxo de pessoas diariamente, como shopping centers, aeroportos e estádios esportivos pode garantir um atendimento mais rápido e eficiente.

No Brasil, a legislação referente ao DEA é regida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Os Desfibriladores devem ser registrados na ANVISA e devem atender aos requisitos de segurança elétrica, desempenho eletromagnético, funcionalidade, ergonomia, instruções de uso, treinamento e manutenção.

O DEA deve ser armazenado em local de fácil acesso e sinalizado com placas indicativas, o equipamento deve ser regularmente inspecionado e mantido para garantir seu funcionamento adequado em situações de emergência.

É importante ressaltar que a legislação brasileira também prevê a necessidade de treinamento adequado para o uso do DEA. A resolução exige que os usuários sejam treinados em RCP e no uso do DEA, e que esse treinamento seja atualizado regularmente.

Agora vamos ver o passo a passo de como se usa o DEA

Passo 1: Ligue o DEA Pressione o botão de liga/desliga para ligar o DEA. Certifique-se de que o dispositivo está funcionando corretamente e pronto para uso.

Passo 2: Prepare o paciente, exponha o tórax do paciente. Se houver muitos pelos na região onde as pás do DEA serão colocadas, a aderência das mesmas pode ser prejudicada, se Possível realize a tricotomia para removê-los. Se o paciente estiver molhado, seque a região que entrará em contato com as pás. Caso o paciente esteja em uma poça d’água, remova-o desse ambiente.

Passo 3: Conecte as pás do DEA ao paciente posicione uma pá na região infraclavicular direita, logo abaixo da clavícula, e a outra na região inframamária esquerda, abaixo do mamilo. Conecte corretamente as pás ao DEA, seguindo as orientações do dispositivo.

Passo 4: Cuidado com o marcapasso se o paciente possuir um marcapasso implantado, tome precauções extras. Posicione as pás do DEA pelo menos oito centímetros abaixo do marcapasso, evitando contato direto com ele. Isso ajudará a evitar interferências eletromagnéticas indesejadas.

Passo 5: Inicie a análise do ritmo cardíaco após conectar as pás, o DEA iniciará a análise do ritmo cardíaco do paciente. Durante esse processo, é importante não tocar no paciente para evitar interferências nos resultados.

Passo 6: Avalie o resultado da análise O DEA emitirá um aviso sonoro e uma luz piscará se o ritmo cardíaco do paciente for considerado chocável. Nesse momento, afaste-se do paciente para evitar receber uma carga elétrica acidental. Certifique-se de que todos na equipe estejam afastados.

Passo 7: Aplique o choque, se necessário após afastar-se do paciente, pressione o botão de choque indicado pelo DEA. Isso permitirá que a corrente elétrica seja aplicada corretamente ao paciente. Siga as instruções sonoras e visuais do DEA durante esse procedimento.

Passo 8: Prossiga com as compressões torácicas após o choque, retome imediatamente as compressões torácicas conforme as diretrizes de ressuscitação cardiopulmonar. Siga o ritmo indicado pelo DEA, que emitirá sinais sonoros e visuais para guiar a velocidade adequada das compressões.

Passo 9: Aguarde a próxima análise do ritmo cardíaco, após dois minutos de ressuscitação, o DEA fará uma nova análise do ritmo cardíaco. Durante esse momento, interrompa as compressões para permitir a análise adequada. Mantenha-se atento às instruções do DEA.

Passo 10: Repita os ciclos de compressões e ventilação nos próximos dois minutos, continue realizando ciclos de compressões torácicas e ventilação de acordo com as diretrizes de suporte básico de vida. Certifique-se de seguir as orientações do DEA para obter os melhores resultados.

Lembre-se de que, no caso de crianças ou bebês, a colocação das pás pode variar. Considere o porte físico do paciente ao posicionar as pás no tórax.

“Ao seguir corretamente esses passos e tomar as precauções necessárias, você estará capacitado para usar o DEA de maneira segura e eficaz. Continue aprendendo e aprimorando suas habilidades de ressuscitação cardiopulmonar. Parabéns pelo seu comprometimento em fornecer um atendimento de qualidade!”

Ritmos Cardíacos Chocáveis e Não Chocáveis

A desfibrilação é um procedimento de emergência para tratar determinados ritmos cardíacos. No caso de Parada cardiorrespiratória a vítima pode apresentar ritmos cardíacos chocáveis e ritmos cardíacos NÃO chocáveis. É de grande importância saber reconhecê-los para um tratamento adequado.

Ritmos Cardíacos Chocáveis:

Os ritmos chocáveis são aqueles que precisão a aplicação de um choque elétrico, por meio de um desfibrilador, para restaurar o ritmo cardíaco. Os dois ritmos cardíacos chocáveis mais comuns são a fibrilação ventricular (FV) e a taquicardia ventricular sem pulso (TVSP).

Fibrilação Ventricular (FV):

Na FV, os ventrículos do coração têm contrações descoordenadas e ineficientes.

Fibrilação Ventricular
Fibrilação Ventricular.

E como você pode ver pela imagem, O ECG (eletrocardiograma) mostra uma linha caótica sem complexos QRS discerníveis.

A desfibrilação elétrica imediata é essencial para reverter a FV e restaurar um ritmo cardíaco normal.

Taquicardia Ventricular sem Pulso (TVSP):

Na TVSP, os ventrículos do coração apresentam contrações rápidas e ineficazes.

Taquicardia Ventricular
Taquicardia Ventricular sem Pulso.

O ECG mostra uma linha regular com complexos QRS largos, mas não há pulso central detectável.

A desfibrilação precoce é necessária para reverter a TVSP e permitir que o coração volte a bombear sangue adequadamente.

Ritmos Cardíacos Não Chocáveis:

Os ritmos cardíacos não chocáveis são aqueles em que a desfibrilação não é eficaz e, portanto, não deve ser aplicada. O tratamento adequado para esses ritmos geralmente envolve medidas como RCP (Reanimação Cardiopulmonar) e administração de medicamentos. Os dois ritmos cardíacos não chocáveis mais comuns são a assistolia e a atividade elétrica sem pulso (AESP).

Atividade Elétrica sem Pulso (AESP):

Na AESP, há atividade elétrica no coração, mas não há pulso detectável.

AESP
AESP Atividade Elétrica sem Pulso.

O ECG mostra complexos QRS presentes, mas não há resposta circulatória.

A desfibrilação não é apropriada para a AESP, e o tratamento consiste em RCP e abordagens específicas para corrigir a causa subjacente.

Assistolia:

Na assistolia, o coração não apresenta atividade elétrica.

O ECG mostra uma linha reta, sem nenhum complexo QRS visível.

Assistolia
Assistolia.

A desfibrilação não é eficaz nesses casos, e o tratamento consiste em RCP e medicamentos, como epinefrina, para tentar estimular a atividade elétrica do coração.

“A Assistolia é muito demonstrada em filmes, novelas e seriados. Sabe aquela linha reta no monitor? com um uma sonoridade característica “Piiiiiiiiiiiiiii” e os médicos logo em seguida dão o choque no paciente? Saiba que isso não condiz com a realidade, é apenas uma forma de passar um clima de tensão e aumentar a dramaticidade.” 

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