Causas de Parada Cardiorrespiratória: Conhecendo os 5Hs e 5Ts

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A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é uma emergência médica que requer ação imediata para maximizar as chances de sobrevivência do paciente. Compreender as causas da PCR é essencial para direcionar o tratamento adequado. Um sistema comumente utilizado para identificar as possíveis causas da PCR é o sistema das 5Hs e 5Ts.

5Hs 5Ts

5Hs

1- Hipovolemia

A hipovolemia, é caracterizada pela diminuição do volume sanguíneo circulante, é uma condição que pode ter consequências graves, incluindo a parada cardíaca. O volume sanguíneo é essencial para o funcionamento adequado do sistema cardiovascular e a manutenção da pressão arterial.

A hipovolemia pode ocorrer por diversas causas, como hemorragias graves, desidratação severa, queimaduras extensas

Quando o volume sanguíneo diminui significativamente, ocorre uma redução do retorno venoso ao coração, levando a uma diminuição do débito cardíaco.

Essa diminuição do débito cardíaco pode levar a uma série de alterações fisiológicas, incluindo uma diminuição da perfusão sanguínea para órgãos vitais, como o cérebro, o coração e os rins. Consequentemente, o suprimento insuficiente de oxigênio e nutrientes para esses órgãos pode resultar em disfunção e falência deles.

Fonte. Canva Pro

2- Hipóxia

A hipóxia é a diminuição da oferta de oxigênio para os tecidos, é uma das principais causas de parada cardíaca

A hipóxia pode ser causada por uma variedade de condições, como obstrução das vias aéreas, dificuldade respiratória grave, insuficiência cardíaca, embolia pulmonar ou choque. Quando os tecidos não recebem oxigênio suficiente, eles começam a funcionar de maneira inadequada, levando a um declínio progressivo da função dos órgãos vitais e morte celular.

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3- Hidrogênio (acidose)

A acidose é um desequilíbrio do pH sanguíneo, no qual o nível de acidez no corpo aumenta. Esse estado ácido pode ter várias causas, como distúrbios metabólicos, doenças respiratórias, insuficiência renal, diabetes descontrolado ou choque. A acidose grave, se não tratada, pode levar a complicações sérias, incluindo a parada cardíaca.

A acidose afeta o funcionamento adequado do corpo de várias maneiras. Em relação ao sistema cardiovascular, a acidose pode interferir com a atividade elétrica do coração, afetando a contratilidade cardíaca e a condução dos impulsos elétricos. Isso pode levar a arritmias cardíacas, como a fibrilação ventricular.

Além disso, a acidose interfere na capacidade do corpo de transportar oxigênio para os tecidos, incluindo o músculo cardíaco. Isso pode levar à diminuição do fornecimento de oxigênio ao coração, resultando em isquemia e danos celulares. À medida que o dano aumenta, o risco de parada cardíaca aumenta significativamente.

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4- Hipotermia

A hipotermia é uma condição em que a temperatura corporal cai abaixo do normal, geralmente abaixo de 35°C. Essa diminuição da temperatura pode levar a uma série de complicações, incluindo a parada cardíaca. A hipotermia afeta negativamente o funcionamento do sistema cardiovascular e pode levar a alterações graves nos batimentos cardíacos.

Quando o corpo está exposto a temperaturas frias, ele começa a perder calor mais rapidamente do que é capaz de gerá-lo, resultando na hipotermia. A queda da temperatura corporal afeta diretamente o coração e seus mecanismos de controle, levando a uma série de mudanças fisiológicas.

Aqui no Brasil é comum ter casos de hipotermia em pessoas em situação de rua, eles ficam mais propensos a desenvolver hipotermia, pela exposição prolongada ao frio, por não acesso a abrigo e aquecimento adequados.

Durante a hipotermia, o coração pode desenvolver ritmos anormais, como bradicardia (batimentos cardíacos lentos) ou até mesmo fibrilação ventricular (uma arritmia grave). Além disso, a hipotermia pode levar a uma diminuição do débito cardíaco, o que significa que o coração bombeia menos sangue para o corpo. Essa redução no fornecimento de sangue e oxigênio aos tecidos pode resultar em isquemia e disfunção de órgãos vitais, incluindo o coração.

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5- Hipo/hipercaliemia

A hipo e a hipercaliemia ocorrem quando os níveis de potássio no sangue estão abaixo ou acima dos valores normais, respectivamente. Na hipo/hipercaliemia, os níveis anormais de potássio afetam a polarização e a despolarização das células cardíacas, levando a distúrbios do ritmo cardíaco e potencialmente à parada cardíaca.

Na hipercalemia, quando os níveis de potássio estão muito altos, o coração pode apresentar ritmos anormais, como a fibrilação ventricular, que é uma arritmia grave e potencialmente fatal. O excesso de potássio interfere na atividade elétrica do músculo cardíaco, levando a uma desorganização do ritmo e à incapacidade de bombear eficientemente.

Por outro lado, na hipocalemia, quando os níveis de potássio estão muito baixos, ocorrem alterações nos potenciais elétricos das células cardíacas. Isso pode levar a ritmos cardíacos anormais, como taquicardia ventricular ou bradicardia, que também podem levar à parada cardíaca.

As causas da hipo/hipercaliemia podem variar. Na hipercalemia, pode ocorrer devido a doenças renais, insuficiência adrenal, uso excessivo de suplementos de potássio ou certos medicamentos. Já a hipocalemia pode ser causada por desequilíbrios hormonais, uso de diuréticos, diarreia intensa, vômitos prolongados ou dietas pobres em potássio.

O tratamento da hipo/hipercaliemia visa normalizar os níveis de potássio no sangue e, assim, prevenir complicações cardíacas. Isso pode incluir a administração de medicamentos específicos, modificações na dieta ou outros tratamentos direcionados à causa subjacente.

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As 5Ts

1- Tamponamento Cardíaco

O tamponamento cardíaco ocorre quando há acúmulo de líquido (como sangue ou fluido pericárdico) na cavidade pericárdica, comprimindo o coração e interferindo em sua função. Suas Causas incluem: hemorragia intrapericárdica, pericardite e trauma torácico.

A esquerda Pericardio Normal e a direita mostra o Pericárdio com acúmulo de líquido ocasionando o tamponamento cardíaco, sobrecarregando a função cardíaca.

2- TEP (Tromboembolismo pulmonar)

Refere-se à obstrução dos vasos sanguíneos nos pulmões por um coágulo de sangue, interrompendo o fluxo sanguíneo. Causado por tromboembolismo pulmonar, embolia pulmonar e hipertensão pulmonar.

Ilustração mostrando o desprendimento de um êmbolo, causando uma TEP.

3- Trombose coronária

Refere-se ao bloqueio dos vasos sanguíneos que fornecem sangue ao coração, impedindo a oxigenação adequada. Causado por trombose coronária aguda, síndrome coronária aguda e infarto do miocárdio.

4- Tensão no tórax

A tensão no Tórax causada por pneumotórax hipertensivo é uma condição médica em que ocorre a acumulação excessiva de ar entre o pulmão e a pleura. Isso impede que o pulmão se expanda corretamente, resultando em pressão e tensão no tórax e sobrecarga cardíaca. É uma emergência médica que requer descompressão imediata. Um procedimento médico é realizado para remover o ar em excesso e aliviar a pressão sobre o pulmão.

5- Toxinas

As toxinas podem ser uma causa significativa de parada cardíaca. As substâncias tóxicas, presentes em venenos de animais, produtos químicos industriais, drogas, medicamentos em excesso ou até mesmo em alimentos contaminados, podem ter efeitos diretos no sistema cardiovascular.

Existem várias maneiras pelas quais as toxinas podem afetar o coração e o sistema circulatório. Algumas toxinas têm a capacidade de interromper a condução elétrica do coração, causando arritmias cardíacas potencialmente fatais, como a fibrilação ventricular. Outras toxinas podem causar danos diretos às células cardíacas, levando à disfunção do músculo cardíaco e ao colapso do sistema de bombeamento.

Por exemplo, certas toxinas encontradas em venenos de animais, como picadas de cobra venenosa, podem desencadear uma resposta inflamatória no organismo que afeta o sistema cardiovascular. A ativação do sistema imunológico em resposta à toxina pode causar uma reação em cadeia que leva à liberação de substâncias inflamatórias, comprometendo a função cardíaca e potencialmente levando à parada cardíaca.

Além disso, algumas toxinas podem interferir com a ação dos neurotransmissores ou bloquear os canais iônicos no coração, afetando a condução elétrica e a contratilidade cardíaca. Esses efeitos podem resultar em arritmias graves e falha cardíaca.

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